Os jovens “encontram consolação nas palavras do Papa Francisco”, quando já em 2014 ressaltava que “o conflito sírio é uma terceira guerra mundial em pedaços” e em diferentes ocasiões mostrou-lhes sua “proximidade” e afirmou partilhar seus sofrimentos. “Eis o motivo pelo qual peço a vocês que continuem rezando pela paz e a reconciliação”, ressalta o arcebispo Dom Samir Nassar.
Cidade do Vaticano “Por vários motivos não haverá nenhum grupo da Síria” na JMJ do Panamá. Foi o que disse à agência AsiaNews o arcebispo maronita de Damasco, Dom Samir Nassar, o qual reconhece que não foi possível “aderir em primeira pessoa” ao evento “por razões burocráticas, custos demasiadamente elevados e a difusa pobreza fruto de mais de sete anos de guerra.” Dificuldades burocráticas “A maior parte dos jovens sírios fugiu do país ou se esconde para evitar o serviço militar”, explicou Dom Nassar. “Os jovens disponíveis, ativos, em sua maioria gostariam de ir embora”, confessou o prelado. Acrescentam-se a isso obstáculos de natureza burocrática: “Todos os consulados deixaram o país em 2012. Ademais, a própria Igreja tem dificuldades para organizar saída de grupos, mesmo porque há o risco de que alguém aproveite para escapar e não voltar mais para a Síria.” Difusa sensação de abandono entre os jovens sírios Entre os jovens que vivem todos os dias uma realidade que permanece sendo difícil, devido a perdas familiares, falta de recursos imediatos – falta de trabalho em primeiro lugar – e de perspectivas por um futuro, há “uma sensação difusa de abandono, de terem sido esquecidos, deixados à margem”. O Arcebispo maronita acrescentou ainda que “55% dos sírios não têm mais nada, a situação é catastrófica e é por isso que para muitos, sobretudo entre os mais jovens, é grande o desejo de partir”. “São muito sonhos despedaçados e um visto de permanência num país onde a situação é mais tranquila se mostra como uma âncora de salvação, única fonte de esperança”, acrescentou o prelado. Uma “mini JMJ” síria programada para 8 de março Todavia, a Síria não quer ser somente guerra e destruição e a própria Igreja local, com os meios de que dispõe, busca permanecer sendo um componente ativo da sociedade e trabalhar numa ótica de reconstrução e de desenvolvimento econômico, social e pastoral. “Para compensar a ausência no Panamá a Comissão episcopal para os leigos e a família convida os jovens a aderir a uma ‘mini JMJ’ síria programada para sexta-feira, 8 de março. A esperança é fazer de Damasco uma repercussão do evento panamenho”, afirmou Dom Nassar. Será uma ocasião para “relançar o objetivo da paz” no contexto dos eventos para a “Semana da Unidade da Síria”, prosseguiu. O prelado maronita concluiu recordando que os jovens “encontram consolação nas palavras do Papa Francisco”, quando já em 2014 ressaltava que “o conflito sírio é uma terceira guerra mundial em pedaços” e em diferentes ocasiões mostrou-lhes sua “proximidade” e afirmou partilhar seus sofrimentos. “Eis o motivo pelo qual peço a vocês que continuem rezando pela paz e a reconciliação.” (AsiaNews)