Eu estava errada sobre o que é ser feminina


Quando a controvérsia da submissão feminina é discutida, muitas vezes é abordada a perspectiva religiosa, especialmente a cristã. A interpretação bíblica de Efésios 5:22, que diz: "As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor", tem sido objeto de debates acalorados e divisões dentro da sociedade. No entanto, gostaria de compartilhar uma perspectiva pessoal sobre esse assunto, que vai além de uma análise teológica.

Há alguns anos, eu estava em um ponto da minha vida em que me considerava uma mulher bem-sucedida e independente. Eu tinha uma carreira promissora, uma vida social agitada e uma visão distorcida do que significava ser feminina. Eu acreditava que ser uma mulher forte significava ser dominante, controladora e não permitir que nenhum homem tivesse poder sobre mim. Infelizmente, essa mentalidade acabou se infiltrando em meu casamento e, em última instância, contribuiu para a sua destruição.

Foi somente após a separação que comecei a refletir sobre minhas atitudes e a questionar se minha abordagem estava correta. Foi quando me deparei com um conceito que, até então, eu havia rejeitado: a submissão feminina. No entanto, ao contrário do que eu havia entendido, a submissão não era sinônimo de opressão ou de ser menos valorizada. Era, na verdade, uma expressão de respeito, confiança e amor mútuo dentro do casamento.

Ao mergulhar mais fundo na minha jornada de autodescoberta, deparei-me com a obra de Cristo e a mensagem de igualdade e respeito que ele pregava. Em Efésios 5:25, Paulo escreve: "Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela". Essa passagem me fez perceber que a submissão não era uma via de mão única, mas uma via de mão dupla, em que tanto o marido quanto a esposa deveriam se submeter um ao outro, em um ato de amor e sacrifício mútuos.

No entanto, é importante ressaltar que a submissão não deve ser confundida com subjugação ou abuso. A Bíblia é clara em condenar qualquer forma de violência ou tratamento desrespeitoso dentro do casamento. A submissão, quando praticada corretamente, é um chamado para que os cônjuges se apoiem mutuamente, tomem decisões juntos e se esforcem para alcançar a harmonia e o crescimento em sua união.

No entanto, reconheço que minha experiência pessoal não é universal e que cada casamento é único. É fundamental que as mulheres tenham a liberdade de explorar e definir o que a submissão significa para elas, dentro dos limites do respeito mútuo e da igualdade de direitos. A submissão não deve ser imposta, mas deve ser uma escolha livremente feita por ambas as partes, baseada em um entendimento mútuo e em um compromisso de amor e respeito.

A controvérsia da submissão feminina é complexa e multifacetada, e não há uma resposta única ou definitiva que se aplique a todos os casamentos. No entanto, é importante que, ao discutir esse assunto, sejamos abertos ao diálogo, respeitemos as diferentes perspectivas e, acima de tudo, busquemos um entendimento baseado no amor, na igualdade e no respeito mútuo.

Sobre Erika Rolim

Erika Rolim é psicoterapeuta cristã, especialista em terapia de casal e família. Com mais de XX anos de experiência, já ajudou centenas de casais a resgatar a felicidade e a harmonia em seus relacionamentos. É autora do livro "A Importância da Oração na Restauração" e criadora do curso Missão Casamento Restaurado , no qual ensina técnicas de apoio espiritual para a restauração de casamentos. Erika Rolim é formada em Psicoterapia pelo Instituto Italo Marsili e mestre em Terapia Familiar e de Casais, na Flórida Christian University.


Compartilhe!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se você encontrar algo de carater ofensivo, por favor denuncie.

Comentários (0)


Deixe um comentário